segunda-feira, 18 de julho de 2011

Viva Mandela


Hoje completa 93 anos um senhor chamado Nelson Rolihlahla Mandela. Um ativista que foi o principal representante do movimento antiapartheid, transformador da história africana. Um guerreiro em luta pela liberdade.

Comprometido de início apenas com atos não violentos, na esteira de Gandhi, Mandela e seus colegas decidiram recorrer à luta armada após o massacre de Sharpeville (21 de Março de 1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso e sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 2 de junho de 1967 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua (apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar ações armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos antiapartheid ao redor do mundo.

Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o NCA (e que viria a público em 20 de Junho de 1980) em que dizia: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheide!

Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em cessar o incentivo a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. O ANC também foi tirado da ilegalidade.

Nelson Mandela recebeu em 1989 o Prêmio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos, e em 1993, com de Klerk, recebeu o Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de acabar com a segregação racial.
Em Maio de 1994, tornou-se ele próprio o presidente da África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país. Cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.

Um homem que usou as palavras para mudar o mundo (e quando precisou outros instrumentos tb). Parabéns, Mandela. Homens como tu fazem desta terra um lugar melhor para se viver.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Muita exigência


Vi muita gente falando mal dos jogos da Copa América. Pelada!! Pelada!! Gritavam os entendidos de futebol pela Rua da Praia.

A única voz solitária em defesa do monte de 0x0 vinha do estúdio da rádio gaúcha. Lá Wianey Carlet babava de excitação diante da vitória das defesas sobre os ataques.

Mas falando sério, sabe pq a Copa América tá ruim. Pq hoje existe uma overdose de futebol na TV. O jogo perdeu aquele caráter excepcional. Quando eu era guri na década de 80 e até meados dos anos 90, futebol na TV, se não era raro, era difícil de ter.

Com o advento da TV a Cabo e popularização da Internet, a gente acompanha todos os campeonatos do mundo na sala de casa. Aumentou a nossa expectativa. O futebol em larga escala nos fez querer só jogos de tirar o chapéu.

Não nos contentamos mais com peladas, a não ser do time da gente. Ficamos chatos e exigentes. Que saudades do tempo que a Bandeirantes transmitia todos os jogos da Copa América. Éramos felizes.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sou burro, não adianta!!


Eu adoro certezas absolutas. Porém, atualmente a chance de eu tê-las é igual a Globo me contratar para substituir o Willian Bonner.

Eu tenho grandes amigos. Pessoas dotadas de uma inteligência sem fim. Hoje, agora, se alguém da CNN ligar e chamá-los para uma entrevista sobre a criação do Sudão do Sul. Eles irão sem temor.

Vão explicar as relações histórias. O embate pelo petróleo entre os dois Sudões e por aí adiante. Terão opinião formada sobre cada fato.

Opinião formada: algo cada vez mais raro na minha vida. Eu mudo de posição a cada segundo durante o dia.

Política, por exemplo. Minha opinião sobre o Hugo Chávez? Não tenho!! Curto o cara no sentido de estatizar algumas peças importantes da Venezuela. Dar uma banana para o capital e a exploração estrangeira. Ser um revolucionário.

Acho errado se perpetuar no poder (acredito na democracia). Caçar opositores. Se meter na política de outros países, exatamente o que ele critica nos Estados Unidos.

Ou a Europa estar tornando-se um embrião da xenofobia. Os caras exploraram a América, Ásia e África e agora não querem seus filhos e netos disputando trabalho com essa “gente”.

Mas aí eu penso: o Brasil tá melhorando, mas ainda tem centenas de bolsões de miséria. Muita gente pra trabalhar e ter uma vida mais digna. Nossa gente. E se esse bando de europeu que não toma banho vier se meter aqui atrás de trabalho já que a coisa tá feia pra eles por lá.

Eu não quero isso. Mas sou contra a xenofobia, como explicar esse pensamento dúbio. Não tenho ideia.

Mas política é muito complexo, vamos partir para a simplicidade extrema da vida: o futebol. Goleiro defende. Atacante faz gol. Quer algo mais singelo. Mas aí tu vais entrando de cabeça no lance e descobre milhares de particularidades.

O lateral deve avançar sempre no espaço vazio, mas se der contra-ataque do adversário tem que estar posicionado na defesa. Como assim?? Os volantes devem cobrir as subidas dos laterais, ou seja devem ser velozes. Mas tem que ter força e altura e bom passe. Impossível reunir tantas qualidades.

O meia deve criar, mas aí dele se não marcar...putz!!

Todo time deve ter um atacante de referência. Porém, os avantes devem cair para os lados com o objetivo de abrir espaços para os homens de trás. Não entendi!!!!

Chega desse tal de futebol. Vou para mulheres. Essas não têm mistério. O objetivo é sempre transar com elas. De uma fora ou de outra, a meta é tirar a calcinha e sorvê-las com intensidade. Mas e caminho para isso?

Mulher gosta de obreiro, diriam uns. Os sensíveis levam mais fácil, argumentariam outros. Piça pra sensibilidade ou macheza, elas gostam de caras bonitos, afirmariam os especialistas. Não tem essa de beleza, tem que ter atitude, falariam os demais.

Ou seja, não tenho a mínima ideia de qual é o caminho ideal.

Mais um assunto onde não tenho opinião formada. Sério, eu não tenho opinião sobre porra nenhuma nessa vida. Cada vez que recebo email dos meus amigos cheios de teoria e verdades absolutas, vou me sentido um ninguém. Sempre fui um matuto não adianta.

Minha vida perfeita é chegar as seis em casa, tomar um café com pão fresquinho da padaria da esquina. Deitar-me, ouvir as notícias do dia e ler um bom livro da Agatha Christie, como a minha vó fazia.

De preferência com o Hercule Poirot como detetive. É o meu favorito. Ele sempre descobria tudo.

domingo, 10 de julho de 2011

A FIFA só atrapalha o futebol dentro e fora de campo


A FIFA é uma brincadeira eterna de mau gosto. Fode os países onde realiza seus campeonatos oficiais. Colocou seu selo em uma competição que existia há quatro décadas – brincando com a paixão do torcedor.

Nos mundiais, em uma atitude política com a mera intenção de perpetuar-se no poder, escala juízes onde o futebol engatinha. Garantindo votinhos importantes em disputas eleitorais. Nos mundiais de clubes vem repetindo essa fórmula anti-futebol.

Agora, essa ideia de colocar árbitras no mundial feminino. Em um ou outro jogo ok mas a arbitragem feminina precisa evoluir muito para ter condição de todos os jogos do campeonato mundial.

E aqui não vai preconceito em relação ao gênero, mas a diferença do número de árbitros homens em relação a de mulheres é muito grande.

A gente enxerga esses exemplos em outros esportes. Tem mulher apitando jogo de basquete, vôlei e handebol em mundiais e nas olimpíadas (até masculinos), mas a maioria é composta por homens exatamente em função da disparidade nos números de árbitros.

Essa invenção da FIFA prejudica o espetáculo. Na final dos jogos olímpicos em 2002, Brasil e Estados Unidos empatavam em 1x1 quando a juíza tailandesa não viu a jogadora americana espalmar uma bola dentro da área. Pênalti claríssimo. Pior, o lance ocorreu na prorrogação e ainda existia o Gol de Ouro. Logo em seguida as norte americanas fizeram o segundo gol e foram campeões olímpicas.

Hoje, na quartas do mundial o Brasil foi beneficiado por uma arbitragem horrorosa da australiana. Apesar disso, perdeu para os Estados Unidos e está fora. Mundial que apesar disso, deu ótimas notícias já visando a olimpíadas: Alemanha está fora.

Como se classificam apenas duas seleções europeias, as atuais bicampeãs mundiais perderam para o Japão e foram eliminadas. França e Suécia, classificadas para a semi do campeonato são as seleções credenciadas para disputar a competição.

Brasil e Estados Unidos agoram se tornam super favoritas para conquistar a medalha de ouro nas olimpíadas.

terça-feira, 5 de julho de 2011

A vida como ela é


A ESPN americana tem uma série de documentários sobre o esporte. Eles passam no canal 60. Vi um que outro, mas nunca todo um episódio até me deparar com o Escobar e Escobar.

A História narra a época de glória do futebol colombiano no final do anos 80 início dos 90 com destaque para dois dos seus principais personagens: o traficante Pablo Escobar e o zagueiro do Nacional de Medellín e da seleção colombiana Andrés Escobar.

O documentário é muito bom mesmo. O Gustavo Brock e o Jefferson Bodão meus companheiros de Geraldo Santana também curtiram a história. Fica a dica.

Outro documentário imperdível é um que eu não lembro o nome mas fala da paixão pelo América do Rio de Janeiro. Senão me engano, vi no canal Brasil. Procurem na internet, é alguma coisa Sangue.

Uma das passagens mostra um cara de no máximo 40 anos, ao lado dos pais, de bastante idade, vendo um jogo do América na segunda divisão carioca. Lá pelas tantas, o torcedor começa a lançar impropérios contra os jogadores e a podridão e o time. Lembrando que o América tem cinco títulos cariocas e foi uma força até os anos 80 quando chegou a semi do brasileiro.

Visivelmente contrariada com o número de palavrões do filho, a senhora pede que ele se controle pois está sendo gravado. Aí vem toda a ira de um torcedor apaixonado: do nada, ele começa a xingar a mãe e o pai, os responsáveis por ele ter adotado o América e não um outro clube do Rio. O cara culpa os pais por toda a dor provocada por horas e mais horas de desespero vendo aquele time de merda jogar.

Recomendo e muito!! Quem gosta de futebol e sofre por seu time, vai se identificar na hora.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Abaixo os futurólogos


Ando com preguiça e sem tempo. Então, vou colocar aqui outro texto que eu achei simplesmente sensacional. É da Folha de São Paulo

Previsões de especialistas, ou o engodo em que queremos acreditar


A mídia nos bombardeia diariamente com as previsões de especialistas sobre o futuro da Grécia, do euro, da economia americana, sobre o preço do petróleo e o comportamento das Bolsas, para citar uns poucos temas candentes. Esses experts mais erram do que acertam, mas nem por isso deixamos de recorrer a eles sempre que o horizonte se anuvia. Como explicar o paradoxo?

Uma boa tentativa é o recém-lançado 'Future Babble" (balbucio sobre o futuro), do escritor e jornalista Dan Gardner. A obra, que tem como subtítulo "por que as previsões de especialistas são quase inúteis, e você pode se sair melhor sozinho", recorre a um gostoso e informativo "blend" de estatística, física e psicologia para explorar o tema.

As passagens mais divertidas do livro são sem dúvida aquelas em que o autor mostra, com exemplos e pesquisas científicas, quão precária é a previsão econômica e política.

Um caso emblemático é o do professor de Stanford Paul Ehrlich, que, em "A Bomba Populacional", seu best-seller de 1968, escreveu: "A batalha para alimentar toda a humanidade acabou. Nos anos 70, o mundo passará por grandes fomes --centenas de milhões de pessoas morrerão de inanição". Um confronto da previsão com os fatos mostra que, entre 1961 e 2000, a população mundial dobrou, e a quantidade de calorias "per capita" aumentou em 24%.

Caco Galhardo/Folhapress

Ehrlich é peixe pequeno? Num célebre discurso de 1977, o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, ancorado nos conselhos dos principais experts do planeta, conclamou os americanos a reduzir drasticamente a dependência de petróleo de sua economia, porque os preços do hidrocarboneto subiriam e jamais voltariam a cair, o que inevitavelmente destruiria o "american way". Oito anos depois, as cotações do óleo despencaram e permaneceram baixas pelas duas décadas seguintes.

OK. Um cético pró-especialistas sempre pode alegar que Gardner está escolhendo de propósito alguns exercícios de futurologia que deram errado apenas para ridicularizar a categoria toda. Para refutar essa objeção, vamos conferir algumas abordagens mais sistemáticas do problema.

Em 1984, a revista britânica "The Economist" pediu a 16 pessoas que fizessem previsões sobre taxas de crescimento, câmbio, inflação e outros dados econômicos. Quatro dos entrevistados eram ex-ministros de Finanças; quatro eram presidentes de empresas multinacionais; quatro, estudantes de economia de Oxford; e quatro, lixeiros de Londres.

Uma década depois, as predições foram contrastadas com a realidade e classificadas pelos níveis de acerto. Os lixeiros terminaram empatados com os presidentes de corporações em primeiro lugar. Em último ficaram os ministros --o que ajuda a explicar uma ou outra coisinha sobre governos.

Caco Galhardo/Folhapress

Em 1999, a hoje extinta revista "Brill's Content" comparou as previsões políticas de dois "pundits" da TV com as de um chimpanzé chamado Chippy, treinado para sortear cartões. Chippy acertou 50% de seus prognósticos, contra 33% e 47% de seus adversários.

O golpe de misericórdia contra os especialistas veio em 2005, quando o psicólogo Philip Tetlock publicou seu estudo clássico sobre o tema, no qual coletou durante 20 anos cerca de 28.000 previsões acerca da economia e de eventos políticos feitas por 284 experts em diversos campos e de diversas orientações políticas. A conclusão básica é que eles se saíram milimetricamente melhor do que o acaso.

O mais interessante, porém, foi constatar que os futurólogos mais veementes foram os que mais feio fizeram. Entre estes, os otimistas se dão ligeiramente melhor que os pessimistas. Os primeiros atribuíram uma probabilidade de 65% para cenários róseos que se materializaram em apenas 15% da ocasiões. Já os apocalípticos atribuíram 70% de probabilidade para desfechos sombrios, que só aconteceram em 12% das situações.

Os especialistas que conseguiram bater a média do grupo e superar os 50% de acerto esperados pelo livre-chutar foram os que coletavam suas informações em múltiplas fontes e chegavam a desconfiar de suas próprias previsões.

Caco Galhardo/Folhapress

Alvo
A razão para tantas dificuldades em adivinhar o futuro é de ordem física. Nós nos habituamos a ver a ciência prevendo com enorme precisão fenômenos como eclipses e marés. Só que esses são sistemas lineares ou, pelo menos, sistemas em que dinâmicas impostas pelo caos podem ser desprezadas. E, embora um bom número de fenômenos naturais seja linear, existem muitos que não o são. Quando o homem faz parte da equação, pode-se esquecer a linearidade.

A analogia que cabe aqui é com a previsão meteorológica. Os modelos funcionam bem para um período de 24 horas. Se queremos um prognóstico para dois dias, o índice de acerto cai consideravelmente. Previsões para mais de duas semanas já são completamente inúteis.

Se assimilássemos bem essa lição, só levaríamos minimamente a sério experts que expressassem suas previsões na forma 'há x% de probabilidade de que o cenário y se materialize'. O histórico de acertos (quando o x% de probabilidade de fato ocorre em x% das previsões) é que faria o bom ou o mau nome do especialista.

No mundo real, porém, não é o que acontece. A mídia e o público valorizam mais os peritos que têm mais certezas, mesmo que isso vá contra os fundamentos da epistemologia. Não importa muito que esses experts sejam justamente os que mais erram. Ninguém exceto Tetlock mantém uma contabilidade mesmo. Aqui, saímos do reino da física para entrar no da psicologia.

Uma das mais importantes descobertas da neurociência é que boa parte de nossas decisões são tomadas não pelo que nos acostumamos a chamar de razão, mas por sistemas não conscientes que atuam quase que instantaneamente, com base em inclinações, gostos ou hábitos.

A maioria das pessoas tem posição quase instintiva sobre o aborto, por exemplo. É só depois que a razão entra para tentar justificar com argumentos a preferência inicial.

É claro que podemos acabar modificando, através de raciocínios lógicos e evidências, nossas posições naturais. Mas, mesmo assim, algo delas fica. Isso é demonstrado de forma escatológica por experimentos nos quais pessoas se recusam a beber num penico, mesmo que ele seja novo ou tenha sido totalmente esterilizado, ou a comer doces que imitam o formato de fezes.

Não é só. Nossos cérebros também trazem de fábrica alguns vieses que tornam nossa espécie presa fácil para adivinhos. Procuramos tão avidamente por padrões que os encontramos até mesmo onde não existem. Temos ainda compulsão por histórias, além de um desejo irrefreável de estar no controle.

Assim, alguém que ofereça numa narrativa simples e envolvente uma explicação sobre o mundo já estará apelando a várias de nossas preferências inatas. Se esse modelo trouxer ainda a perspectiva de predizer o futuro, vendê-lo a incautos é quase tão fácil quanto roubar doce de criança. Não é por outra razão que oráculos, profecias e augúrios estão presentes em quase todas as religiões.

Como diz Gardner, "vivemos na Idade da Informação, mas nossos cérebros são da Idade da Pedra". Eles não foram concebidos para processar probabilidades, frequências relativas e o papel do acaso, que estão no cerne do conhecimento científico atual. Nós continuamos a tratar as falas dos especialistas como se fossem auspícios divinos. Como não poderia deixar de ser, frequentemente quebramos a cara.

*

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Exemplo


Texto abaixo da Carta Capital prova que alguns políticos que já exerceram mandatos importantes podem passar ileso pela vida pública.


Olívio Dutra, o anti-Palocci
por Lucas Azevedo, de Porto Alegre, em CartaCapital


Em um velho prédio numa barulhenta avenida de Porto Alegre, em companhia da mulher, vive há quatro décadas o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra. Em três ocasiões, Dutra abandonou seu apartamento: nas duas vezes em que morou em Brasília, uma como deputado federal e outra como ministro, e nos anos em que ocupou o Palácio do Paratini, sede do governo gaúcho. Apesar dos diversos cargos (também foi prefeito de Porto Alegre), o sindicalista de Bossoroca, nos grotões do Rio Grande, leva uma vida simples, incomum para os padrões atuais da porção petista que se refastela no poder.

No momento em que o PT passa por mais uma crise ética, dessa vez causada pela multiplicação extraordinária dos bens de ex-ministro Palocci, Dutra completou 70 anos. Diante de mais uma denúncia que mina o resto da credibilidade da legenda, ele faz uma reflexão: “Política não é profissão, mas uma missão transitória que deve ser assumida com responsabilidade”.

De chinelos, o ex-governador me recebe em seu apartamento na manhã de terça-feira 14. Sugeriu que eu me “aprochegasse”. Seu apartamento, que ele diz ter comprado por meio do extinto BNH e levado 20 anos para quitar, tem 64 metros quadrados, provavelmente menor do que a varanda do apê comprado por Palocci em São Paulo por módicos 6,6 milhões de reais. Além dele, o ex-governador possui a quinta parte de um terreno herdado dos pais em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e o apartamento térreo que está comprando no mesmo prédio em que vive. “A Judite (sua mulher) não pode mais subir esses três lances de escada. Antes eu subia de dois em dois degraus. Hoje, vou de um em um.” E por que nunca mudou de edifício ou de bairro? “A vida foi me fixando aqui. E fui aceitando e gostando”.

Sobre a mesa, o jornal do dia dividia espaço com vários documentos, uma bergamota (tangerina), e um CD de lições de latim. Depois de exercer um papel de destaque na campanha vitoriosa de Tarso Genro ao governo estadual, atualmente ele se dedica, como presidente de honra do PT gaúcho, à agenda do partido pelos diretórios municipais e às aulas de língua latina no Instituto de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “O latim é belíssimo, porque não tem nenhuma palavra na sentença latina que seja gratuita, sem finalidade. É como deveria ser feita a política”, inicia a conversa, enquanto descasca uma banana durante seu improvisado café da manhã.

Antes de se tornar sindicalista, Dutra graduou-se em Letras. A vontade de estudar sempre foi incentivada pela mãe, que aprendeu a ler com os filhos. E, claro, o nível superior e a fluência em uma língua estrangeira poderiam servir para alcançar um cargo maior no banco. Mas o interior gaúcho nunca o abandonou. Uma de suas características marcantes é o forte sotaque campeiro e suas frases encerradas com um “não é?” “Este é o meu tio Olívio, por isso tenho esse nome, não é? Ele saiu cedo lá daquele fundão de campo por conta do autoritarismo de fazendeiro e capataz que ele não quis se submeter, não é?”, relembra, ao exibir outra velha foto emoldurada na parede, em que posam seus tios e o avô materno com indumentárias gaudérias. “É o gaúcho a pé. Aquele que não está montado no cavalo, o empobrecido, que foi preciso ir pra cidade e deixar a vida campeira”.

Na sala, com exceção da tevê de tela plana, todos os móveis são antigos. O sofá, por exemplo, “tem uns 20 anos”. Pelo apartamento de dois quartos acomodam-se livros e CDs, além de souvenires diversos, presentes de amigos ou lembrança dos tempos em que viajava como ministro das Cidades no primeiro mandato de Lula.

Dutra aposentou-se no Banrisul, o banco estadual, com salário de 3.020 reais. Somado ao vencimento mensal de 18.127 reais de ex-governador, ele leva uma vida tranquila. “Mas não mudei de padrão por causa desses 18 mil. Além do mais, um porcentual sempre vai para o partido. Nunca deixei de contribuir”.

Foi como presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1975, que iniciou sua trajetória política. Em 1980, participou da fundação do PT e presidiu o partido no Rio Grande do Sul até 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte. Em 1987, elegeu-se presidente nacional da sigla, época em que dividiu apartamento em Brasília com Lula e com o atual senador Paulo Paim, também do Rio Grande do Sul. “Só a sala daquele já era maior do que todo esse meu apartamento”.

Foi nessa época que Dutra comprou um carro, logo ele que não sabe e nem quer aprender a dirigir. “Meu cunhado, que também era o encarregado da nossa boia, ficava com o carro para me carregar.” Mas ele prefere mesmo é o ônibus. “Essa coisa de cada um ter automóvel é um despropósito, uma impostura da indústria automobilística, do consumismo”. Por isso, ou anda de carona ou de coletivo, que usa para ir à faculdade duas vezes por semana.

“Só pra ir para a universidade, gasto 10,80 reais por dia. Como mais de 16 milhões de brasileiros sobrevivem com 2,30 reais de renda diária? Este país está cheio de desigualdades enraizadas”, avalia, e aproveita a deixa para criticar a administração Lula. “O governo não ajudou a ir fundo nas reformas necessárias. As prioridades não podem ser definidas pela vaidade do governante, pelos interesses de seus amigos e financiadores de campanha. Mas, sim, pelos interesses e necessidades da maioria da população”.

O ex-governador lamenta os deslizes do PT e reconhece que sempre haverá questões delicadas a serem resolvidas. Mas cabe à própria sigla fazer as correções. “Não somos um convento de freiras nem um grupo de varões de Plutarco, mas o partido tem de ter na sua estrutura processos democráticos para evitar que a política seja também um jogo de esperteza”.

Aproveitei a deixa: e o Palocci? “Acho que o Palocci fez tudo dentro da legitimidade e da legalidade do status quo. Mas o PT não veio para legitimar esse status quo, em que o sujeito, pelas regras que estão aí e utilizando de espertezas e habilidades, enriquece”.

E o senhor, com toda a sua experiência política, ainda não foi convidado para prestar consultoria? Dutra sorri e, com seu gestual característico, abrindo os braços e gesticulando bastante, responde: “Tem muita gente com menos experiência que ganha muito dinheiro fazendo as tais assessorias. Mas não quero saber disso”.

Mas o senhor nunca recebeu por uma palestra? “Certa vez, palestrei numa empresa, onde me pagaram a condução, o hotel e, depois, perguntaram quanto eu iria cobrar. Eu disse que não cobro por isso. Então me deram de presente uma caneta. E nem era uma caneta fina”, resumiu, antes de soltar uma boa risada.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Desespero


Nunca fui muito fã do campeonato argentino. Ao contrário do meu sentimento em relãção aos jogadores do país vizinho. Como acho bater na bola a coisa mais difícil do futebol meu negócio sempre foi o toca e recebe, estilo consagrado pelos hermanos. Dai parte do meu apreço.

Sempre gostei de todos os times de lá. Minha maior simpatia sempre foi com o Racing e o Velez. O contato maior com o Rafa Tosh nos últimos anos e com o Rodrigo, irmão da Simone, fez eu curtir mais o time azul e branco de Avejaneda.

Ontem, cheguei em casa por volta das dez horas e fui ver o jogo do Santos no canal 39, mas acabei me entregando a luta do River Plate no 38. O time do Paulo Fernando tomou 2x0 do Belgrano em Córdoba e está a um passo do inferno – a queda para a segunda divisão. Precisa vencer por dois gols de diferença no, provavelmente, hiper tenso Monumental de Nunez para não ser rebaixado.

Quando olho o Almeyda no meio campo, no auge dos seus 37 anos, dos milionários, eu começo a entender a situação. Aos 37 anos, o volante argentino pertence a uma estirpe de jogadores que nem Freud explica como só jogaram em clubes grandes e até na seleção chegaram sem saber jogar futebol. Nesse grupo ainda conta nos últimos tempos com o francês Karembeau, o brasileiro Afonso, o italiano Zambrota e o ítalo-argentino Camoranesi.

A invasão de campo dos torcedores do River no segundo tempo do jogo foi sintomático - aliás invasão em jogo no campo do adversário eu só lembro uma vez quando os torcedores do Fluminense invadiram o campo na estreia do time na terceira divisão contra o Vila Nova de Minas Gerais -, se os River não virar a peleia podemos ter um quebra quebra generalizado no mítico templo do futebol argentino.

Essa foi a segunda invasão de campo mais visceral que eu já vi. A primeira continua sendo a de dois torcedores do Botafogo no brasileiro de 1993. O time da estrela solitária estava sem fazer gol a uma porrada de jogos e os caras entraram em campo, pegaram a bola e chutaram dentro do gol: muito engraçado. O jogo foi em Caio Martins e no fim o time carioca fez um gol e empatou com o Bragantino (se a minha memória não falha).



Eu não sei vcs, mas às 15h de domingo estarei em frente a TV para evr River e Belgrano. To até pensando em não ver o primeiro tempo do jogo do Grêmio só pra acompanhar esse jogo que deve entrar para a história do futebol mundial.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fila


Hoje faz dez anos da conquista da Copa do Brasil pelo Grêmio e vi muita coisa rolando na internet.

Pior é que dez anos em futebol nem é tanto tempo assim...
claro que como flauta vale...

A fila de 22 anos do timão e dos 18 anos do palmeiras, nem estadual eles conquistaram...essas sim foram gigantescas.

Se pegar só titulos importantes (e aí contando todo tipo de copa que teve na América do Sul, a lista seria mais ou menos assim).

Grêmio - 10 anos (duas vezes) de 1971 a 1981 e de 2001 até...

Inter - 14 anos de 1992 até 2006 e 13 anos de 1979 até 1992

Não coloco a Taça Brasil para os dois se colocasse a fila do Inter seria de 1959 a 1975 e a do grêmio de 1959 a 1981 - nessa época os estaduais eram super valorizados.


Por curiosidade fui pesquisar outros times

Santos - 29 anos/ da Taça Brasil de 1969 até a Copa Conmebol de 1998

Palmeiras - 20 anos/ do brasileiro de 73 até o brasileiro de 93

Coringão - só foi conquistar título em 91 - se a gente colocar desde a Taça Brasil estamos falando de 31 anos.

São Paulo - conquistou o brasileiro de 78 e depois foi ganhar em 86 outro brasileiro.

Vasco da Gama - Ficou entre 1974 e 1989 sem ganhar títulos

Flamengo - só foi vencer o brasileiro em 80. Depois ficou de 1999 - Copa Mercosul - a 2006 - Copa do Brasil - sem ganhar título.


Fluminense - de 1970 (taça brasil) até 1984 (brasieliro) depois só foi ganhar algo em 2007 na Copa do Brasil, ou seja, 23 anos sem vencer nada.

Botafogo. só foi ganhar algo em 1993 (Copa Comebol). O último título é o brasileiro de 1995.

Cruzeiro - Depois da Taça Brasil de 66, só foi ser campeão em 77 da Libertadores. passou amis 14 anos até vencer a Supercopa de 1991.

Atlético MG - Venceu o brasileiro de 71. Depois só foi ganhar a Copa Comebol de 1992, último título aliás.

domingo, 12 de junho de 2011

Orgulho


A Gabriela Donadel é uma expert em língua portuguesa. Eu conheço ela de longa data, cerca de 15 anos, e mesmo assim me surpreendi com a sua desenvoltura na palestra para os meus colegas de trabalho.

Ela deu um show. Falou durante uma hora sobre o novo livro do MEC e os preconceitos linguísticos. A galera curtiu. Claro, o envolvimento do público foi abaixo do esperado, mas cada vez eu me convenço: hoje ninguém tem interesse mais em nada. Sempre pensam: quando eu tiver na pilha acesso o google e me intero. Como se a ferramenta da internet avaliasse a veracidade e o caráter do nível de informação também.

Em suma, fiquei bem orgulhoso do Gustavo. Como assim, a palestra não foi responsabilidade da Gabriela? Explico: o Gustavo é o marido dela e deve ser congratulado por ter conquistado a menina.

Falar sobre linguística é fácil, difícil é pegar a menina que fala sobre linguística....

domingo, 5 de junho de 2011

Raio X


O futebol de mesa será o único assunto abordado nesta postagem. Afinal, acabou o mais importante torneio do calendário da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa: o Equipes. A abordagem vai de temas da competição a elementos paralelos. Vai ter debate e reflexão. São milhares de caracteres cheios de inteligência, perspicácia e humildade.


Das dezoito entidades filiadas, treze encararam o desafio de montar times e participar do torneio. Mais de 70%. O recorde ainda pertence a 2010 com 14 entidades, mas os números semelhantes são a consolidação da filosofia da direção da FGFM. O recrudescimento do “esporte” surge em outros pontos e em curto prazo projeta-se a ampliação para mais de 20 entidades filiadas na regra um toque. Ano que vem essa turma encontra-se em Canguçu.

Novas Entidades:

Aproveitando o gancho do tópico anterior, vamos falar de três focos ativos de associações onde já existem até campeonato interno. Viamão, SOGIPA e Paladino (Gravataí) encaminham-se para fazer parte da “família” botonística.

O Adriano de Viamão teve lá no torneio e garantiu a este blogueiro que a tradicional associação está de volta e logo. Botonistas da SOGIPA marcaram 2012 como o ano da filiação. E o Gerson Novo (Paladino) meu ex-companheiro de Geraldo Santana tem como objetivo preeminente fazer parte do rol das entidades ligadas a FGFM.


Mudança

Tudo indica que será de Caxias do Sul o novo presidente da FGFM. Marcelo Vinhas irá se despedir do cargo com a consciência tranquila. Atingiu metas ousadas e passa o bastão para seu sucessor com um futuro promissor lá na frente. Muitos juvenis e retornos de gente “famosa” nos anos 80.

Retornos

Existem botonistas com “carreiras” ininterruptas, caso do Breno, por exemplo. Porém muitos deixaram a caixinha guardada no fundo do guarda-roupa e foram “brincar” de outras coisas na vida como trabalhar e afins.

Tal qual a esperança ficou solitária na caixinha de Pandora, o futebol de mesa passou para um segundo, terceiro, quarto plano desse povo todo até quase desaparecer.

Eu sou um caso. Larguei o botão em 1993, para só voltar em 2002. Essa geração do final dos anos 80, início dos 90 está espalhada por todas as entidades. Nos últimos tempos, o universo do botão saudou o retorno do Robson (jogamos vários juvenis juntos), do Maurício Chambinho, jogador mais fashion do futebol de mesa do mundo, sem falar no mestre Guido.

Para minha surpresa e satisfação, encontrei, no torneio, o meu vizinho de prédio e o cara que me levou para a Riograndina: o Alan. O cara mora em Porto Alegre faz tempo, mas tinha deixado de lado o futebol de mesa desde a tenra idade. E o bichinho adormecido da paixão pelo botão retornou e com tudo. Já comprou time, caixinha e vai voltar a jogar na Franzen.

Fora o prazer do reencontro depois de 20 anos, fica a alegria por ver mais um cara das antigas retornando a convivência do dia-a-dia das histórias da mesa. Aqui abro um parênteses, as melhores delas são contadas no blog da Riograndina via Mário - dica de leitura.

Gente que faz

O Jader com sua percepção aguda solicitou aos blogueiros da rede: Breno, Gothe e Chico para entregarem a premiação no Estadual. Essas são pessoas fundamentais para o crescimento do futebol de mesa. Gothe, além de meu chefe, é um operário da informação. Todo o dia, os aficionados do “esporte” largam seus afazeres por alguns minutos e navegam na página atrás das novidades.

Breno transporta as mesas e o cenário dos campeonatos para a minha e a sua casa. Seus vídeos são o link “ao vivo”. Gols, comemorações, cavadas, coberturas e tudo o que faz parte de um jogo de botão na tela do computador... a disposição do mundo.

Chico está começando esse trabalho. E mostra ser mais um abnegado em favor do “esporte”.

Mas nem só dos homens da rede ou dos craques como Alex, Duda, Marcelo, Careca, os Tiagos, Alessandro, Robson, Christian constrói-se a história. Cada tijolo é colocado por gente que não aparece nas primeiras colocações dos torneios (embora muitos deles façam parte desse rol), mas tem importância fundamental.

Sérgio Oliveira e sua devoção a AFUMEPA. Silvio, o “operário” da Riograndina. Júnior e Rodrigo, os motores de propulsão do Círculo Militar. Gerson Novo, o visionário que quer implantar a regra brasileira em um lugar onde a gaúcha predomina, são apenas alguns exemplos de abnegados.

Comemorações

Tal qual um partidário do PSDB vou ficar no muro sobre essa questão. Entendo a preocupação da direção da FGFM com o comportamento exaltado dos botonistas, mas considero o “ódio” as outras entidades um combustível imprescindível na vida do circuito de competições.

O bom senso deve imperar, óbvio, mas o exagero é delicioso. Gera revanchismo e excitação em participar das competições. E olha que fala um cara que nunca comemora seus gols, mas entende quem assim o faça.

Geraldo Santana

Empatamos um jogo e perdemos cinco, mas muitos no detalhe. Tudo bem que o viés é analisado por alguém da equipe. Só vou falar de lances que poderiam ter mudado a nossa realidade na competição. Não falo em classificação pq isso é utopia, mas falo em melhora e muito da nossa participação.

Na estreia, tivemos a chance de na metade do segundo tempo de ficarmos na frente da Franzen, mas o Fosca errou um dois lances contra o Leão. Eu tb errei um contra o Pufal. Resultado: derrota de 2x0.

Contra o Circulo Militar eu tive dois dois lances contra o Diogo e os desperdicei na trave - o segundo faltavam três minutos. Um gol ali nos daria a vitória sobre a forte equipe dona da casa.

Uma falta direta desperdiçada (na entrada da área) “nas mãos” do goleiro quando faltavam dois minutos para acabar o jogo, impediu o Maurício de vencer o João e nos dar o empate contra a Riograndina. E o Leon errou um dois toques contra o Alessandro.

Daí a moral do grupo baixou e as derrotas foram se acumulando na parte da tarde contra Caxias, Santa Vitória do Palmar e COP. Acabamos em último na chave.

Leon jogou muito. Venceu Vinicius (Santa Vitória do Palmar) e Mallet. Na minha lista, dois top 15 do circuito. Empatou com o mito Alessandro (Riograndina).

Maurício foi a grata surpresa. Empatou com o campeão da Taça RS: Leandro (Círculo Militar).

Fosca sempre copeiro. Empatou com os craques Leão (Franzem) e Nilmar (Círculo Militar).

Eu e o Cristiano decepcionamos, mas foi legal ver uma galera do Geraldo Santana nos prestigiando. Um abraço a todos e desculpa pelas falhas no campeonato.

Riograndina

Oito jogos, oito vitórias. O Brasil da Copa de 70 e 2002. Timaço cheio de craques experientes e com estrela, a Riograndina estraçalhou seus adversários sem piedade.

Venceu a semi e a final de goleada. Tudo bem que contou com o desespero dos adversários nos minutos finais para construir o resultado, mas isso em nada diminui o feito de Michel, Duda, Alessandro, João e Alex.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O futuro é presente


Ao longo dos últimos anos vi os especialistas do tênis lamentando a não utilização do fenômeno Guga para alavancar o esporte no país. Mas eu sempre pensava cá com os meus botões: a gente só vai ver resultado dessa geração pós Gustavo Kuerten no início da segunda década dos anos 2000.

E é realmente o que está acontecendo agora. Não por méritos da Confederação Brasielira de Tênis que só serve, assim como todas, as outras para perpetuar algum mentecapto no poder, mas em função de uma geração que nasceu com o saibro de Paris ganhando tons verde e amarelo.

Guilherme Clezar tem 17 anos. É gaúcho. Venceu dois futures seguidos. O último praticamente do lado da minha casa: no Petrópolis Tênis Clube. O garoto surge ao lado do alagoano Tiago Fernandes como duas boas promessas do esporte.

Os dois ainda vão ralar muito para chegar no nível do Bellucci. Aliás o Brasil não tem um décimo da tradição da Argentina no tênis e critica o Thomas como se fosse demérito estar “apenas” entre os trinta do mundo, posição que só cinco brasileiros alcançaram em toda a história do tênis após a efetivação do ranking mundial.

Voltando ao Clezar, ele passa a ser a bandeira do tênis gaúcho em simples. Marcos Daniel se aposentou. Franco Ferreiro virou duplista e Andrè Ghem nunca mais foi o mesmo depois da contusão que o afastou durante um ano do circuito profssional.

Clezar tem uma boa direita. Uma ótima variação e se adapta bem ao piso lento do saibro como as quadras mais rápidas. Vale a pena ficar na torcida. No mínimo entre os 50 do mundo esse guri vai aparecer.

O tênis feminino do Brasil vive abaixo do cu do cahorro faz tempo, mas surge um sopro de esperança no horizonte: é a paulista Bia Haddad. Ela conseguiu entrar na chave juvenil de Roland Garros (até 18 anos). A menina tem apenas 14 anos e já é a primeira do ranking brasileiro na categoria 18 anos. Vamos torcer para que a expectativa se confirme e voltamos a ter uma jogadora entre as cem melhores do mundo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu estava lá


Não dá, cara. Não posso. Estou sem grana. A cada negativa dos botonistas da Associação Alegretense a minha expectativa aumentava. Sem alternativas, o Clito me olhou lá no fundo treinando com alguém e perguntou: “e tu, Cristian, topa.” Eu já tinha topado meia hora antes de ele perguntar e respondi positivamente. A partir daquele momento eu me somava ao Jesus, Domingos e Fabrício na equipe de Alegrete que iria jogar o primeiro estadual em Santa Vitória do Palmar.

Eu havia chegado de Rio Grande há poucos meses e não tinha conseguido lugar para disputar a competição do primeiro semestre. Ou seja, o mundo precisou desistir para eu entrar nessa barca.

Além de ruim, eu tava destreinado, mas mesmo assim atravessamos o Estado rumo a cidade no extremo sul. No caminho uma péssima notícia: o Grêmio empatou sem gols com o Cerro Portenho, do Paraguai, e foi eliminado na primeira fase da libertadores de 1990.

Sete times compareceram ao torneio. Turno único onde os dois melhores (senão me engano) classificavam-se para a final. Se a minha memória não me trai (dificilmente ela faz isso) as equipes presentes ao campeonato éramos nós, Riograndina, COP, Pelotense, Afumepa, Santa Vitória e Sport Club Rio Grande.

Tomei goleada de tudo que foi tipo e afundei o time. Só tive dois resultados menos catastróficos: empatei com o Ronir em 0x0 e só perdi de 1x0 pro Guido. A associação Alegretense somou três empates e quatro derrotas ao longo do estadual.


Lá em Alegrete sempre rolou o ranking “quem tá a fim e tem maior poder aquisitivo vai viajar!” Motivo pelo qual eu e um grupo de pessoas fundamos o Sete de Setembro. Três ou quatro pessoas bancaram a iniciativa (entre elas o meu pai). Com todos os gastos inicias, acabamos ficando sem grana para pagar a Federação e por izsso fiquei dois anos no limbo, mesmo sendo, junto com o Diego Paines, o destaque interno da entidade que chegou a ter 20 jogadores.

O Sete teve vida curta. Só jogamos competições extra-oficiais. Cheguei a ficar entre os oito no fronteirão de 1992 ou 1993 (perdi para o Osmar da Academia). Nem uniforme tínhamos. Joguei o campeonato de calça jeans e uma camiseta do Titãs. Ganhei neste torneio de gente boa como o Rodalles e dois guris de Livramento.

Fomos obrigados a fechar. A maioria desistiu do botão. Outros (meu caso) voltaram para a Associação Alegretense. Em 1995 já morava em Porto Alegre, mas pintou a oportunidade de jogar o Estadual de Equipes em Canguçu. Fomos eu, meu pai, o Tica e o Sandro.

O Sandro era de lua. A cada dez jogos fazia um sensacional. Mas os nove ruins depunham contra ele. Entretanto na condição de presidente da AAFM, acabava indo em tudo que era torneio. O Gibran acompanhou a gente.

Eu e o Tica fomos o caminho todo tentando convecer o Sandro a dar a vaga para o Gibran, jogador casca grossa e ruim de ser batido. Mas ele nem aí e nós ainda íamos pagar o preço disso.

O Estadual reuniu treze times: Alegrete, Livramento, Santa Vitória, Afumerg, Riograndina, Afumepa, Metropolitana, Viamão, Guaíba...os outros eu não lembro.

No sorteio ficamos na chave de três. As duas partidas nossa seriam na sexta, ou seja, a gente já poderia estar fora poucas horas depois de entrar na cidade.

Ah, o Sandro (mongolão ducaraleo) esqueceu os uniformes da associação em cima da cama. A gente teve que jogar com a camiseta da federação. Ela era toda amarela e apertada pra caramba. Uma merda total. E mesmo assim, aquele filho da puta não abriu mão de jogar.

Minha raiva toda com ele é pq era um déspota e acabou com a AAFM. Sem falar que pesa muitas acusações de desvio de verba.

Bem, vamos aos jogos. Na estreia: Afumepa. Ou seja, derrota certa. Eu joguei com o Elisandro e tomei um senhor banho de bola. Porém ganhei de 2x0. Resultado que nos garantiu um ponto contra o favorito do grupo (uma vitória pra cada lado e dois empates).

Na sequência Viamão e novo empate. Eu fiquei no 1x1 contra um garoto de 13 anos (eu tinha 19) que muito tempo depois seria meu companheiro no Grêmio: o Xandinho. Eu fiz um gol contra faltando uns dez minutos e gente tava perdendo por 2x1 nos confrontos gerais, quando o Sandro fez um gol a bater no Di Leone e empatou seu jogo. Viu como eu não esculacho ele o tempo inteiro.

A Afumepa ganhou de Viamão na manhã de sábado e a gente se classificou entre os oito. Aí a sorte nos sorriu. Ficamos na chave mais fácil da segunda fase junto com Guaíba, Canguçu e Afumerg (ou seria Sport Club Rio Grande ainda).

No almoço, conversamos um tempão com o pessoal de Guaíba já antevendo, silenciosamente, o confronto decisivo para “as fotos” como diz o pessoal do Círculo Militar.

Na estreia da segunda fase o desastre. Tomamos três a zero da Afumerg. Só o meu pai empatou com o Chistian Batista. Eu perdi para o Monteiro de 1x0.

Depois vinha Canguçu. Os dois desesperados pois haviam perdido na primeira rodada. Eu ganhei meu jogo de virada – 3x1. Vencemos o confronto por dois a zero. Chegava a hora do tudo ou nada. Alegrete era uma associação fraca, apesar de ter bons jogadores. O Jesus e o Domingos têm bons resultados fora, mas o melhor de todos nós foi sempre o Tica. Pena que ele não joga mais. Tinha o dom da coisa. Então para a gente era sensacional chegar entre os quatro.

A minha aposta no confronto com Guaíba era ele. Eu sabia que podia vencer tb. Então entramos com tudo. Com um minuto de jogo Gento marca e eu faço 1x0 no Marcos. Logo em seguida o Mallet abre o placar contra o meu pai. Só que para minha surpresa e satisfação o Sandro faz um gol no Leandrinho e nos coloca em vantagem de novo.

Neste mesmo instante o Tica arma uma casinha fantástica e legal contra o Leandro. Gol certo, mas o jogador de Guaíba alega sei lá o que e o juiz cai na lábia dele marcando falta técnica. Aí faltou experiência no nosso grupo de parar os jogos até esclarecer o lance. Para piorar, o Tica toma o gol algumas jogas depois. Tudo igual de novo.

No segundo tempo, duas paradas foram decididas. Eu e o Mallet ampliamos os placares. Na mesa do meu lado direito, o Tica era só pressão em cima do Leandro. Mas foi na mesa do meu lado esquerdo que as coisas se decidiram. O Leandrinho virou para cima do Sandro (o segundo gol ele consegui bater um tiro de meta no pé do botão do cara de Guaíba).

Perdemos 3x1 e deixamos escapar a chance da premiação. Foi um dia duro, pois mesmo a nossa equipe sendo fraca quase chegou lá.

Toda vez que se avizinha o campeonato estadual eu lembro dessa história e sempre lamento o Gibran não ter jogado no lugar do Sandro...

Ai, ai, ai, Rizek


Sempre elogiou o Redação SPORTV e o seu apresentador André Rizek. Mas o joranalista deu uma amarelada clássica nessa semana. Costumaz crítico dao andamento das obras Copa do Mundo no Brasil, ele omitiu qualquer informação sobre outro problema grave: a total falta de honestidade no mandatário do futebol brasieliro.

O programa não tocou no assunto divulgado pela BBC de Londres onde o Ricardo "maracutaia" Teixeira é acusado de suborno.

Ele tentou explicar via twitter pq não abordou o tema, porém a emenda ficou piior do qe o sonete. Desculpas do tipo "não consideramos uma pauta importante" ou "não existe fato novo" não colou com os seguidores e a crítica pegou ao apresentador.

Faz tempo que não vejo o Redação por motivo de trabalho, mas se der vou dar uma olhada nos próximos dias para vera repercussão dos fatos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A tristeza é senhora...



Carta ficcional de um amigo para outro...

e aí, fulano...

foda-se esse lance de português, o importante é a mensagem...

Vamos por partes: primeiro eu, depois tu e por último nós...

Cara, tô lendo o On The Road (eu sei é vergonhoso eu não ter lido ainda. O prefácio é do Eduardo Bueno. Nele, tem uma carta que o Jack Kerouac escreveu para um amigo onde dizia que tinha 35 anos e, entre várias outras coisas, duas que se aplicam diretamente a mim: um bolso vazio e nada pela frente.

Agora vou comprar um apê, finalmente. Vou financiar em 30 anos. Em quatro meses to me mandando das casas do meus pais, mas com um futuro incerto pra caralho. Me sinto um perdedor na essência da palavra.

Não escrevo porra nenhuma. Nunca me dei bem em redações. Odeio compromisso. Coloquei minha vida fora e não tenho nem noção em que parte da história ocorreu isso. Nem o principal erro existe na minha vida. Tédio absoluto.

Agora tu...

eu tinha um chefe que falava: não importa o tempo que tu fique no trabalho, pode ser dez minutos ou dez horas, eu quero produtividade. A resposta é essa: tu é MUITO BOM no que faz. Tu não precisa passar o dia inteiro em cima de algo. Tu enxerga o problema e a solução antes dos outros.

Resultado, mesmo com o teu lado poético e boêmio, tu alcanças os objetivos com facilidade...isso te deixa triste talvez por querer desafios, mas ao mesmo tempo deixa a tua vida aberta a pervesidão da bebida e do sexo sem prejudcar o teu trabalho, ou seja, tu tens tudo o que os outros querem!

Para desespero dos teus "detratores",a presença do fulano ao teu lado passava longe do teu sucesso na empresa. Ninguém vence numa multinacional do tamanho e poder da Ford por ser amigo do chefe.

Talvez a solução é tu enriquecer aí e fazer outras coisas da tua vida: quem sabe uma segunda faculdade só por hobby e pra comer universitárias...ou sei lá!! O importante é estar com a cabeça legal e contente.

Agora nós

Também quando penso em família enxergo a galera. Apesar da distância física de alguns e emocional de outros. O fulano é um que não vejo mais. Só nos jogos do Grêmio e mesmo assim quase não nos falamos. Os motivos não sei, mas é assim que as coisas têm funcionado.

Tu és um cara que eu prezo muito, mas quando tu chega em poa parece que se criou uma barreira entre a gente. Não sei explicar. Sinto falta de bater papo contigo sobre relacionamentos e a sensação eterna de não pertencer a nenhum lugar. Esse dias (terça) o beltrano me ligou pra falar merda. Tava bêbado tb. Parece que a galera só fala as coisas depois do alcool, como se tivesse construído uma barragem imperceptível.

Bem, vou escrever pro meu trampo e espero que tu estejas bem mesmo e cheio da grana...hahahahahah

te cuida, meu camarada!!

grande abraço!!

domingo, 15 de maio de 2011

Hipérbole




A voz do Jader ecoou como um trovão no recinto: acabou!!

Chegava ao fim as semi finais do campeonato estadual de lisos. Passavam a desejada final, Alex Degani (Riograndina) e Marcelo Vinhas (Academia) – duelo de Titãs.

A notícia correu Pelotas. Em pouco mais de dez minutos, milhares de pessoas espremiam-se no clube onde aconteceu o torneio para ver o jogo.

Duas rádios locais e a RBSTV Pelotas já davam flashes ao vivo do local. O prefeito da cidade, Fetter Júnior, entrou no local aos gritos de: me deem espaço, quero ver a partida. O mandatário estava de pijama, pois saiu correndo de casa, literalmente, e esqueceu de colocas as vestes que o cargo exige.

Em Roma, Djoko e Nadal comemoravam a chuva. Ela atrasaria por duas horas a final do Master Mil de Roma. “Vai dar pra ver o jogo”, vibrava o espanhol.

Tudo pronto. Iniciava ali o maior duelo da história da modalidade liso no RS.

Nelson Rodrigues bradava: o Fla-Flu surgiu 40 minutos antes do nada. Pois bem, lhes digo: Alex versus Marcelo iniciou um dia antes de Geraldo Décourt colocar a primeira ficha em um botão.

O jogo foi sensacional e a “sorte” sorriu para Alex. Três a dois de virada!

A cena a seguir foi emocionante. A partida dos dois ícones fez o botão recrudescer em todos os corações presentes. Crianças davam seus playstations em troca de times do Grêmio, Inter, Bonsucesso, Íbis. Adultos acotovelavam-se para preencher fichas de inscrição no COP, Pelotense e Academia.

O prefeito Fetter ligava e dizia: tem que ser esporte olímpico, tem que ser esporte olímpico! Entendeu, Orlando Silva?

Tudo isso resultado de um grande jogo. Dois adversários com facas nos dentes e sem medo do ataque. O botão precisa disso, ousadia na mesa e jogos com gols. Os vídeos dos campeonatos colocados na rede ficam mais bonitos com gols e comemorações exageradas!

Não vejo a hora do Breno postar e eu acompanhar a emoção dos jogadores nas rodadas decisivas.

Isso, é claro, se a multidão em volta permitir!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011


Ontem depois da vitória do Grêmio sai para beber. Comemorar sem hora pra voltar pra casa. Estou a me deliciar com quilmes no Buteco Portenho, aqui na Goethe, quando vejo uma figura triste e cabisbaixa ingressando no bar.

Reconheci na hora: Roberto Siegman, vice de futebol do Inter. Choroso, pediu uma cerveja ao garçom. Minha festa acabou ali. Me compadeci da figura triste do dirigente. Nem de longe lembrava o homem colérico que com seus gritos manda e desmana no Tribunal e no vestiário colorado.

Me aproximei e sem medo perguntei pq tamanha tristeza, afinal o resultado ainda poderia ser revertido no grenal do olímpico.

Ele me olha, sorri sem força e diz: meu jovem, minha tristeza nada tem a ver com o resultado de campo. Ela é motivada pela indiferença daquele que meu coração escolheu para amar.

Eu chego a tremer a ouvir a resposta. Que mulher seria essa a ponto de destruir um homem que compra vinte carros de uma vez só e responde por uma nação inteira de torcedores? Questiono.

Ele ri novamente sem força e diz: quem disse que é uma mulher. O alvo da minha paixão é o Renato, teu treinador e ídolo por conseguinte já que estás com a camiseta do Grêmio.

Embasbacado, fico sem palavras.

Ele continua: no último grenal o chamei pra a briga. Queria o corpo dele junto ao meu nem que fosse só por alguns instantes. Mas não deu certo. Dessa vez com a vitória de vcs achei que ele me xingaria nos microfons ou algo do gênero, mas ele simplesmente foi indiferente. Nem ódio demosntrou. Tu sabe, meu jovem, o amor e o ódio andam lado a lado, mas quando reina a indiferença é que este amor está fadado a não acontecer. Agora, se afaste e deixe esse pobre homem sofrer a dor da paixão impossível.

Obedeci. Pedi a conta e me retirei em silêncio, deixando para trás o probre Roberto e seu coração ferido...coitado!! E ainda por cima é colorado...é muito sofrimento para um ser humano apenas!!

domingo, 1 de maio de 2011

Não vai dar, cara. Tenho que ir pra casa!!


Rapaz, eu ando sem tempo para coisa alguma. Inclusive escrever no blog. Uma semana sem postar nada é pra matar qualquer audiência. Até um dos meus quatro leitores já me abandonou.

Sem mentira. Ontem, por volta das duas da manhã meu cérebro trabalhava a mil, pensando em um freela que eu tenho até hoje (domingo) como prazo final para fechar. Faltavam cinco matérias e quatro notas serem escritas. E dê-lhe virar para um lado, revirar para outro.

De repente penso: vou escrever toda essa merda agora: estico o braço esquerdo, pego o lap top atirado em cima da mesa de cabeceira e começo a “minha aventura noturna da madrugada de sábado”. Foram quatro horas digitando. Só ficou a matéria principal do jornal para o domingo.

Acordei meio dia com o espírito revigorado. Senti-me em paz comigo mesmo. Algo raro nesses meus 35 anos de vida.

Mas tudo isso só aconteceu por um simples motivo: estou solteiro. Fosse eu casado, jamais poderia escrever calmamente no meu quarto por toda a madrugada. Ah, mas eu poderia digitar em outro cômodo da casa. Porém, ficaria a preocupação com execesso de barulho e afins.

Não pense que eu não gosto de mulheres. Ao contrário: as mulheres são seres maravilhosos, ainda mais quando não se divide casa com elas.

Ontem, mais uma vez pude atestar isso. O churrasco do Geraldo Santana teve baixa adesão. A desculpa de todos foi quase a mesma: tenho que voltar para casa e ficar com a minha esposa, namorada ou coisa que o valha.

Pô, mas aí o Otávio Germano, que estava no churrasco, e é casado há dez anos, falou algo muito relevante: o cara que é casado há muito tempo pode participar de um churrasco com os amigos tranquilamente em qualquer dia e horário da semana. Isso é até saudável para o relacionamento. Se ela desconfiar, traz junto e soluciona o problema.

Então na verdade, a falta de gente do churrasco não foi culpa das mulheres, foi, sim a desculpa.

domingo, 24 de abril de 2011

A vingança dos humilhados


A imagem correu o mundo. Dois jogadores do Feyenoord chorando copiosamente. O time de Roterdã acabava de levar dez a zero do PSV pelo primeiro turno do campeonato holandês. Garotos transtornados por manchar a história de um dos mais tradicionais times da Holanda. Berço de Jan Klaasens, de Ruud Gullit, onde o gênio Cruyff encerrou a carreira.

O campeão da Europa em 1974 e duas vezes da Copa da UEFA encontrava o fundo do poço. E logo contra o time que o substitui em importância dentro do cenário continental.

O Feyenoord começou a flertar com a zona do rebaixamento, mas reagiu. E hoje saboreou o doce sabor da vingança. Não pelo resultado, bem menor que os dez a zero, mas pela importância. A vitória por 3 a 1 neste domingo, em Roterdã, pela 32ª rodada da Eredivisie praticamente alijou o PSV da luta em busca do título.

O time de Eidohoven, que liderava o campeonato junto com o Twente, agora é o terceiro colocado com 65 pontos, três a menos do que o agora líder isolado. O Ajax, que goleou o Excelsior por 4 a 1, é o novo vice-líder, com 67 pontos.

Faltam apenas duas rodadas para a final do campeonato. Nunca um dez a zero a favor foi tão caro para os jogadores do PSV. Poderiam ter goleado os meninos do Feyenoord, mas precisavam impor um placar tão elástico?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nova ideologia no futebol


Uma pena...

Juca Kfouri

‘Calma que o Brasil é nosso!”.

A expressão, mais antiga que o Maracanã ou a euforia do Petróleo, não pode ser mais aplicada ao Estádio Mário Filho.

Ok, ele continua a ser nosso do ponto de vista estatutário.

Mas deixou de sê-lo no seu caráter, seu modo de ser e receber o torcedor.

Desde as estapafúrdias reformas e, mais recentemente, sua demolição (sim, demolição), o Maracanã deixou de ser do Rio, do Brasil, e passou a ser da Fifa, dos patrocinadores, dos padrões exigidos por uma competição internacional.

Nunca mais o torcedor sentirá o cheiro do cimento quente das arquibancadas.

Jamais percorrerá, aos saltos, correndo em todos os sentidos, ao sabor da alegria ou do desespero, o arco de suas escadarias monumentais.

Não se verá novamente o Vasco desfilar dando a volta completa no anel cantando “Vascão, Fogão, Torcida de Irmão”.

Agora que está tudo estabelecido, agora que o Iphan abençoou a “solução final” para o patrimônio (sua extinção), cabe ouvir, com distância, o jornalista Pedro Motta Gueiros no belo texto que segue, quando diz que teria sido melhor construir um estádio só para a Copa e fazer uma reforma efetiva, inteligente, no Maracanã, que o transformasse naquilo que ele era: o nosso palco, com maior segurança.

O conjunto da obra talvez saísse mais barato… um estádio Fifa construído do zero consome R$650 milhões (o gigante Soccer City, por exemplo).

As obras do Maracanã ultrapassarão o bilhão. Se contabilizarmos os prejuízos anteriores e a perda de identidade, terá sido o pior negócio da década. Independentemente do desejado sucesso da Copa. (Arnaldo Bloch)


Por PEDRO MOTTA GUEIROS

No slideshow de imagens chocantes que entram pelas janelas abertas do mundo, é difícil separar o real do virtual.

Entre desastres naturais e dramas humanos, o Maracanã em escombros se confunde com mais uma tragédia.

Recriar a realidade dentro do estádio é uma metáfora gasta e perigosa.

De todas as brincadeiras do mundo, o futebol talvez seja apenas a mais séria.

É nesse espaço do lúdico e da fantasia que se fortalecem a identidade e os laços de uma cultura.

Para quem guarda naquele quarteirão entre a Eurico Rabello e Radial Oeste boa parte das melhores memórias afetivas, encontrar o Maracanã como uma boca banguela à espera de um implante traz o desconforto de uma cadeira de dentista.

Na estética elitizada da indústria do entretenimento, o sorriso construído para um mês de Copa do Mundo esconde a cara – às vezes desdentada, às vezes não, mas nossa! – do torcedor brasileiro.

Nada disso será levado em conta daqui a três anos e três meses, quando o dirigível de um dos patrocinadores enviar ao mundo imagens aéreas do estádio lotado para a decisão.

No momento da glória e do êxtase, serão exaltados os acertos da empreitada, a beleza da nova arena e, quiçá, a presença da seleção brasileira em mais uma final (será?).

Mas hoje, as perdas ainda se impõem aos ganhos.

Com a necessidade de refazer toda a cobertura, o orçamento bateu no teto.

Além do gasto de R$1 bilhão na reforma de um estádio que já passara por duas grandes intervenções apenas neste século, há prejuízos concretos e subjetivos a serem contabilizados.

Num momento em que o futebol do Rio tem os últimos dois campeões brasileiros e volta a exercer atração sobre grandes estrelas, a operação não se completa sem que o Rio tenha o seu grande (outrora grande) palco e sua caixa de ressonância.

Na simetria de seus anéis, o estádio funcionava como um dínamo gerador de energia limpa e de ondas sonoras, rítmicas e musicais, que ecoavam pelas suas arquibancadas junto com o sinal radiofônico de tempo e placar no Maraca.

Seja pela questão financeira ou pela transformação do espaço público, não há mais retorno possível desta atmosfera.

Para comportar camarotes, espaços vips e a nova face de megaeventos cada vez mais corporativos, as intervenções vão mexer na forma e no conteúdo simbólico e efetivo do estádio.

É como se, do dia para noite, o carioca fosse privado de ir à praia no lugar que frequenta há anos e ao voltar, três anos depois, não encontrasse mais sua turma, e a areia fosse substituída por cimento.

A transformação começou na preparação para o Mundial de Clubes de 2000, sempre para atender às imposições da Fifa.

No lugar do livre movimento das massas, que fazia o cordão de isolamento dos policiais se deslocar de acordo com a proporção entre as torcidas, chegou o momento de se estabelecer limites, divisórias e uma certa segregação, a começar pelo banimento definitivo da geral.

A partir do ocorrido na Europa, em que a presença de torcedores em pé concorreu para a tragédia de Heysel, nos anos 80, o efeito dominó derrubou não só alambrados, mas a maior parte das outras formas de se ver futebol.

No Maracanã, no entanto, a geral, sempre foi vítima e não responsável pela violência.

As maiores violências registradas no setor mais popular do estádio vinham de cima, dentro dos copos arremessados das arquibancadas.

Com espírito esportivo para se misturar aos rivais e não ver muito mais do que as canelas de seus ídolos, restava ao geraldino o faro para identificar se a bomba era de xixi ou cerveja.

O resto era festa.

Mas resistir é possível.

Julgar uma cultura pelos valores da outra é um atentado à singularidade e até à soberania de cada região.

Na Alemanha, o respeito às convenções internacionais não exclui a manutenção das tradições locais.

Para as competições sob organização da confederação europeia, o Westfallen Stadium, em Dortmund, tem 100% de sua audiência sentada em lugares marcados.

Para os jogos da liga nacional, os assentos são removidos para a torcida vibrar à sua maneira, de pé, no embalo e da cerveja e da paixão alemã pelo futebol! Rio de Janeiro?

Mas no Brasil o caminho sem volta leva a um impasse e faz pensar se vale mesmo à pena trocar uma construção de 61 anos por um mês de futebol nos padrões de assepsia impostos pelos donos da festa e seus parceiros comerciais.

Na finalíssima do campeonato de futebol americano quase a totalidade do estádio é bloqueada pelos patrocinadores que oferecem ingressos como forma de premiar seus funcinários.

Na Copa do Mundo de 2014, as agências de viagem e empresas têm prioridade semelhante. Nestes termos, não seria melhor ter feito um estádio novo de acordo com interesses particulares para preservar o bem público com suas características genuínas?

Ponto de fusão da democracia social, o Maracanã não é chamado de templo apenas por força de expressão.

A explosão do gol e da fraternidade no abraço ao torcedor desconhecido era versão esportiva de uma cerimônia religiosa.

Não se mexe no teto da Capela Sistina. Se restaura, quando necessário.

Estar no Maracanã tem, ou tinha, a dimensão do sagrado.

Das primeiras experiências pelas mãos do pai ao gosto de nostalgia do mate espumante, a vida passa num outro slideshow, este de imagens sublimes.

Hoje, o que se vê é uma boca banguela.

Junto com a queda das arquibancadas, implode também parte da alma carioca.

Que o velho gigante, para sempre adormecido, descanse em paz.

Depois de uma destruição, é uma defesa natural do homem tentar transformar o horror em alento.

Além dos escombros e das ilusões perdidas, só nos resta a esperança de que a vida e o Maracanã possam ser melhores daqui para frente.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Divagando


Assuntos não faltaram neste final de semana.

Podia falar sobre a primeira participação do Geraldo Santana em uma competição oficial da FGFM. De como o Gothe e o Fosca representaram as cores do clube da Luis de Camões.

Poderia falar o campeonato júnior e veterano de 2012: a competição vai acontecer no Geraldo Santana. Ou seja, a mostra de que chegamos pra ficar.

Poderia falar sobre o conquista do Yago – o filho do Douglas. O mais novo de uma família que a fórceps já começa a deixar sua marca no futebol de mesa gaúcha, tanto pela qualidade técnica dos seus membros como a educação e respeito aos adversários e amor ao jogo (como os americanos adoram escrever).

Poderia falar sobre a relação entre o Pedrinho e o Zilber. À distância não imaginava o grau de amizade entre os dois. A crônica do mais “famoso torcedor do Xavante” sobre o companheiro de associação foi tocante e sincera. Eles não são amigos, eles são muito mais do que isso!

Poderia falar sobre a revolução silenciosa praticada por Marcelo Vinhas. De como pegou um campeonato juvenil esvaziado e completamente ofuscado pelo torneio de veteranos e o transformou em uma competição acirrada com dezenas de jogadores. Mas também, antes a gente tinha uma federação mais interessada em manter o statu quo do que avançar no campo das ideias.

Poderia falar sobre a tática suicida do Renato de jogar com um volante centralizado e outro aberto do lado direito. De como a zaga do Grêmio fica desprotegida e sujeita a ataques de todos os lados do campo.

Poderia falar sobre a má fase do Gabriel. Da urgência de Mário Fernandes virar titular ontem.

Poderia, poderia, poderia... mas hoje estou com preguiça e não vou falar sobre nada!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Desculpa, Diego!!


Mal adentrei a porta e procurei o velho televisor Telenfunken da sala. No canto superior da tela o placar apontava dois a zero pra Argentina. Lineker ainda descontaria e quase empataria o jogo em um lance que errou a cabeçada por milímetros. Jogada sempre originária de drible e cruzamento do endiabrado Barnes.

Mas não seria o atacante com cara de bobo, nem o rápido ponta esquerda os homens daquele jogo válido pela quartas da Copa do Mundo de 86, no México. O dono da partida era um meia genial Um garoto pobre do subúrbio de Buenos Aires. Fez dois na peleia. Um com a mão, outro driblando até a Margareth Thatcher antes de empurrar a bola suavemente para a meta de Peter Shilton.

Eu perdi essa preciosidade ao vivo. Estava jogando taco com os meus amigos de prédio lá em Rio Grande. Ainda bem, pois estava torcendo pela Inglaterra.

Maradona seguiu me judiando. Torcedor juventino, acordava sempre antes das dez horas para acompanhar o campeonato italiano, mesmo quando a partida ao vivo transmitida pela Bandeirantes não fosse da Vecchia Signora.

Na minha memória juvenil, Maradona marcou em todos os jogos contra a Juventus. De todas as formas possíveis: pênalti, falta, driblando todo mundo.

O Napoli nunca foi tão grande como naqueles tempos e depois passaria vinte anos no ostracismo até lutar por um título nacional novamente.

Maradona foi rei em Nápoles. Dividiu a cidade na famosa semifinal contra a Itália na Copa de 90. Seu nome é motivo de reverência cega na Argentina e no sul da bota.

O atacante Balbo ousou criticar sua conduta no vestiário na véspera do jogo contra Romênia nas oitavas da Copa dos Estados Unidos, em 94. Um segundo depois era alvo de um soco do atacante Batistuta.

Diego jamais poderia ser criticado por um conterrâneo. Nem que urinasse ao mesmo tempo nos túmulos de Gardel e Evita Perón. Quem viu a cara do garoto durante o hino da Inglaterra em 86 sabe disso. Ali estava estampado todo o orgulho e ressentimento argentino depois da derrota nas ilhas Malvinas (Falklands, né, afinal os ingleses ganharam a guerra).

Diego é mais do que um gênio do futebol, é o maior jogador que já passou em campo para os nascidos na décadas de 70 e no início da de 80.

Quer dizer era. Desculpa, Diego, mas teu conterrâneo Messi te superou. O menino de Rosário é o maior jogador que eu vi jogar.

Independente da carreira na seleção Argentina ou do que possa a vir fazer mais no Barcelona, Messi é incomparável!

Alex Fergunson (treinador do Manchester United)) diz que ele parece jogador de vídeo game. É mais do que isso!! Messi parece ser o principal jogador de videogame no time do Messi dos videogames.

É um gênio da bola. E o melhor de todos os argentinos. Até Maradona sabe disso!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vai por mim, Renato!!


Caro amigo Renato,

tu já tem os três jogadores no teu grupo para colocar na segunda fase da Libertadores. São eles: Willian Magrão, Leandro e Pesalli.

Nada de contratar! O Grêmio não se pode dar ao luxo de ter uma super folha com a dívida quase batendo nos duzentos milhões de reais. E outra: o André Lima tá voltando logo ali então não vai atrás destes que acham imprescindível a contratação de outro atacante. Confia no guri (Leandro)!

Renato, outro que está pedindo passagem é o Mário Fernandes. Foi o melhor do time ontem, principalmente no primeiro tempo quando a equipe jogou pelos dois lados. No segundo, só atacamos via lado esquerdo e ele ficou isolado.

O Gabriel foi muito bem o ano passado, mas em 2011 o fujão tem rendido muito mais. Dá uma chance no time titular para o cara. Tu não vai te arrepender!!

Ah, e lembra de testar o Neuton na esquerda.

Diálogo impagável na saída do Olímpico quinta

Menina: Tu viu aquela jogada do Lúcio?

Menino: Não, eu não vejo o jogo por que tu vê?

Menina: Claro que não, só dei uma olhadinha rápida!

Menino: Ah bom!!!

É, o cool agora é não ver o jogo...

OBS: um agradecimento ao Maurício "Chambinho" por acompanhar eu e o Rodrigo Bernardes na arquibancada. Apesar de fazer cara de nojo o tempo inteiro e dizer que o seu sonho era estar no camarote ao lado do Rafa Tosh e do Gothe.

O mais engraçado era ele colocando a mão no bolso de minuto em minuto para ver se não havia sido roubado, não querendo o abraço de ninguém na hora do gol e pedindo pra todo mundo sentar que ele queria ver o jogo!!

Na próxima eu e o Rodrigo já dissemos que vamos de camarote com ele, o Rafa Tosh e o Gothe. Vcs precisavam ver a alegria do rapaz com a notícia!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Liga das Estrelas


A primeira rodada das quartas da Champions confirmou o meu pensamento: hoje Real Madrid e sobretudo Barcelona passeariam em qualquer liga europeia, até mesmo na Inglaterra, o campeonato mais forte do Mundo.

O Real Madrid sem forçar socou o Tottenham. Tudo bem que o cérebro de ervilha do Crouch deu à colaboradora. Ser expulso com quinze minutos de jogo ok. Ser expulso com quinze minutos de jogo depois de dar dois carrinhos sem a mínima necessidade no campo de ataque é motivo para não desembarcar em Londres.

Os quatro a zero transformam o jogo da volta em mera formalidade. O Mourinho só tem que reavaliar a titularidade dos alemães Ozil e Khedira. Estão jogando mais pelo que fizeram na Copa do que no campeonato espanhol. Ah, torcer pra um time que tem o Gomes no gol é pedir pra se fuder.

Já na Itália, o romeno Chivu conseguiu a proeza: ser expulso dois jogos seguidos. Tanto na derrota de trêz a zero pro Milan no campeonato italiano, como ontem no fiasco histórico – cinco a dois para os alemães do Schalke.

Aí já era também. O time da Inter é bom, mas não para vencer por quatro gols de diferença na Alemanha o experiente time dos azuis reais.

A cara dos jogadores do Shaktar quando viram o sorteio das quartas já disse tudo. Ninguém quer jogar contra o Barcelona. O time da Espanha está um degrau acima do Real Madrid que está um degrau acima de todos os outros times do mundo.

Goleada no Nou Camp e vaga encaminhada para a final antecipada contra o Real. O Barcelona é favorito, mas não dá pra desprezar um time que tem Di Maria, Cristiano Ronaldo e Marcelo voando.

A guerra entre os dois ingleses virou a batalha entre dois homens – Drogba e Rooney. Melhor para o inglês do Manchester que se até jogou menos que o marfinense do Chelsea, fez o gol da vitória na casa do adversário.

Até porque o valente atacante dos Reds tem mais companhia de qualidade. Enquanto o apático e pé frio Torres faz dupla de ataque com Drogba, Rooney tem o apoio do eterno Ryan Giggs. A matada dele no gol foi 80% da jogada. Apesar disso ainda acredito que este é o único confronto em aberto.

O Barcelona acaba de fazer o quinto gol nos ucranianos e eu acabo de me apaixonar por uma torcedora blaugrana...uma morena que faria até o Leon repensar a sua homossexualidade!!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Viva a Brasileirinhas


Boa notícia punheteiros de plantão...o sei lá o quê da produtora Brasileirinhas (só interessam o nome das "atrizes") disse que é papo furado o lance dele ter virado evangélico. Ou seja, a produtora não vai fechar...EBA!!!!!

Em comemoração ao fato já toquei três hoje, só de manhã!!

Sabia que Deus é bom demais pra deixar a gente na mão, quer dizer pra não deixar a gente não ficar na mão...

Esses evangélicos são uns mala: nem subsídio pra punheta os caras querem que a gente continue a ter...daqui um pouco vão exigir cota de sexo na vida particular dos seus fiéis, ou seriam infiéis, porque sei de cada história de putaria envolvendo pastor que até padre católico comedor de criancinha ficaria ruborizado...

O sei lá o que da produtora disse que vai rodar um filme estilo campeonato brasileiro: umas vinte atrizes jogam todas entre si em turno e returno. Ele quer vender os direitos do campeonato pra Globo. Não sei vcs, mas eu vou procurar assistir todos os confrontos (a natureza humana na forma feminina sempre foi uma das minhas matérias favoritas na escola).

Bem, vou despitar meus colegas de trabalho e vou ali dar uma mão pro meu guri...não, eu não tenho um gurizinho, tipo tio mais velho, e sim esse é o carinhosos apelido do meu membro...

aquele abraço!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Palhaçada!!!


Saca só essa matéria do Estado de SP

Deputado mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos, o palhaço Tiririca (PR-SP) usa dinheiro da Câmara para empregar humoristas do programa "A Praça é Nossa", do SBT. Em 23 de fevereiro, foram nomeados como secretários parlamentares os humoristas José Américo Niccolini e Ivan de Oliveira, que criaram os slogans da campanha eleitoral do deputado. Ambos recebem o maior salário do gabinete, de até R$ 8 mil, somadas as gratificações.

Os humoristas nomeados por Tiririca moram em São Paulo e não cumprem expediente diário como servidores da Câmara - até porque Tiririca não tem escritório político na capital paulista. Niccolini é presença semanal na TV com o personagem Dapena, uma sátira do apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena.

Procurado pela reportagem, Niccolini justificou a sua contratação na Câmara com a seguinte frase: “A gente é bom para dar ideias”. “Ele (Tiririca) escolheu a gente porque ajudamos na campanha, só por isso. Porque acredita que podemos dar boas ideias.”

Tiririca informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que contratou os dois humoristas para ajudá-lo no mandato parlamentar. “O deputado Tiririca nomeou os assessores levando em conta o critério de conhecê-los pessoalmente e também o fato de serem dois comunicadores que vão colaborar e desenvolver trabalhos dentro da temática que o deputado atua.”

Hoje completam dois meses desde que Tiririca tomou posse. Campeão de votos em 2010, é o segundo mais votado da história - perde para Enéas Carneiro, que disputou pelo Prona. Por enquanto, Tiririca não apresentou nenhum projeto de lei nem fez discurso na tribuna do plenário.

Alguma das pessoas que votou no Tiririca tinha dúvida que ia acontecer isso??

Claro que não!!

Aberrações como a votação esmagadora do “palhaço” (na verdade o palhaço somos nós) acontece em virtude da falta de comprometimento de grande parte da classe política com o bem estar da população. Sem generalizações, óbvio!

E convenhams, quantos deputados federais eleitos em 2010 empregaram amigos? Quantos deputados federais eleitos em 2010 ainda não apresentaram nenhum projeto de interesse popular??

Chego a ter medo da resposta!!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Futebol ou Grêmio


Muitos amigos afirmam: eu não gosto de futebol, eu gosto do Grêmio/Internacional. Ontem, pensei nessa frase. A terça-feira foi um daqueles dias dedicados a atualizar as páginas dos projetos onde trabalho, mais facebook (sim, pra mim é trabalho), mais blogs dos projetos...

Televisão desligada e concentração total na hora de escrever. Porém, liberado lá pelas cinco horas da tarde, resolvi dar uma conferida nos jogos das eliminatórias da EURO.

Na ESPN, rolava Espanha e Lituânia, mas na ESPN Brasil a programação não era futebol e sim o jogaço de basquete valendo vaga na semi da EUROLEAGUE (uma espécie de Champions da bola ao cesto) entre os gregos do Panathinaikos e os espanhóis do Barcelona.

Coloquei-me no lugar dos catalães e visualizei a seguinte hipótese: seleção brasielira disputando a Copa América e o time de showball do Grêmio jogando no outro canal.

Jogo de showball toda a vida....

Sou gremista acima da minha paixão por qualquer coisa. Até mulher. Uma só, claro, porque se forem duas começo a repensar!!

terça-feira, 29 de março de 2011

Sangue Puro


Acho que vai pintar campeão inédito lá no Geraldo Santana. A galera sacaneia o Jefferson e o Régis os chamando de Cavalo Paraguaio. Porém, a consistência apresentada até agora pelos dois botonistas os credencia a vôos altos no torneio. Temos, na verdade, dois potro selvagem.

Jefferson, disparado, é o cara que mais evolui na mesa. Régis é dono de um chute mortal. Após quatro rodadas, os dois lideram com 100% de aproveitamento. Merecidamente. Eu particularmente torço que algum deles evante o caneco. Nada contra meus outros companheiros, tudo a favor desses meus dois companheiros.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Hoje duas notícias chamaram a minha atenção: a morte de Liz Taylor e a volta da “geral” na Inglaterra.

Elizabeth começou a carreira cinematográfica ainda criança, quando foi descoberta aos dez anos. Contratada pela Universal Pictures, filmou There's One Born Every Minute, mas não teve o contrato renovado. A partir de então, apaixonou-se pela profissão e permanecer no estúdio tornou-se o maior sonho.

Evoluindo como atriz talentosa e respeitada pela crítica, nos anos 50 filmaria dramas, como Um lugar ao Sol, com o ator Montgomery Clift; Assim Caminha a Humanidade, com Rock Hudson.

Liz, como foi mais conhecida, foi reverenciada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos; a marca registrada são os traços delicados e olhos de cor azul-violeta, emoldurados por sobrancelhas espessas de cor negra.

Lembro dela pequenina fazendo um filme da Lessie...depois a consagração total em Cleópatra. Lá se foi a Diva.

O outro tema foi, de certa forma, alvo de discussão “áspera” entre mim e o Gothe. O debate girou em torno do futuro dos estádios brasileiros. Mas não em referência aos seus padrões de qualidade, mas sim a cara do torcedor que vai frequentar esse templo de adoração e devoção de milhões de torcedor.

Abre parênteses: na Inglaterra, os torcedores querem ter o direito de assistir o jogo em pé. E venceram! Haverá a volta de espaços assim nos estádios. Muita gente teme a volta da violência por isso. É aguardar para ver...fecha parênteses

A discussão era meio inglória para mim, já que o Gothe vive muito mais a realidade do grêmio - nosso alvo porque somos torcedores fanáticos do tricolor.

Ele alega, com boa dose de razão, que futebol é caro para se manter e os valores da Arena serão de acordo com a necessidade do clube para gerir com lucro o futebol.

Concordo, mas temo. Meu medo é termos no Brasil estádios como os dos grandes clubes ingleses. Milhares de turistas em arenas modernas, mas sem alma. Os alemães, que tb possuem estádios padrões fifa (nota do editor: cago e ando para o padrão FIFA. Quando entro em um estádio não busco conforto, mas sim emoção. É só uma opinião, muitos tem o contrário e respeito) optaram por ingressos mais baratos.

Os dois modelos podem alcançar sucesso: o Borussia (Alemão) tem a maior média de público de toda a Europa, o Manchester United (Inglês) tem a segunda e é sem sombra de dúvida um dos cinco maiores do continente.

No Brasil, Grêmio e Inter são pioneiros no modelo associados. Ambos instauraram essa fórmula quando os times estavam em crise técnica. Hoje, o Inter passa por uma fase muito boa e adota vários modelos de associação. O Grêmio seguiu o mesmo caminho.

Acho que a fórmula ideal seja essa.: criar espaço para todo mundo frequentar o estádio. Porque, ao contrário do que pensa muita gente, considero as torcidade de Grêmio e Inter iguais. Se neste momento a do Grêmio demonstra mais fanatismo, isso vem pela ânsia de títulos. Na década de 90, era ao contrário. O Inter levava mais gente nos jogos do brasileirão, ou seja, quanto mais sofrida a torcida de um grande clube, mais torcedor em campo.

Porém, sou contra ingressos caros em estádio de futebol. O Santos cobra 100 mangos para um jogo da Libertadores. Absurdo!! Agora como tá com a água batendo no pescoço, vai diminuir o valor para lotar. Ou seja, só lembra do torcedor comum (àquele que incentiva até o último minuto) quando precisa transformar o estádio em caldeirão e não num teatro.

Futebol é para o povo e não para a alite. Aliás se a elite quer frequentar estádio, ok! Que pague camarote e cadeiras ou vá para a social e deixe as arquibancadas para os zés, os pedros da vida.

Infelizmente, pagamos salários astronômicos aos nossos jogadores, treinadores e, às vezes, até para funcionários do clube. Isso está higienizando nosso estádios. Sem grana forte, sem jogo de futebol. A não ser que não vá ninguém e o cara consiga espaço no modelo mais barato de sócio. Como falei antes: entendo que esse seja o modelo mais correto nos dias de hoje, mas não concordo!

Tem uma corrente forte que defende: o clube é do sócio e não do torcedor (o Gothe não faz parte dessa corrente). Então, a partir desse pensamento, vamos criar esclas de torcedor.

Eu não sou sócio, mas pago a mensalidade da carteira da minha irmã (o que me torna sócia de certa maneira) e ainda tenho o PPW que dá grana diretamente ao Grêmio. Sou um torcedor nota 6, é isso? Já outros, pagam cadeiras o que dá mais grana ao clube, então eles são nota 8, se tiverm PPW, senão caem na escala.

Então quem merece mesmo reclamar são os donos dos camarotes. Esses são os verdadeiros gremistas...

E assim a roda gira, o guri garçom do Pinacoteca não pode mais ir ao Olímpico por quê o Grêmio paga 250 mil reais para o Carlos Alberto.

Tá mais do que na hora de haver um teto salarial para os jogadores, mas isso nunca vai acontecer por que os nosso dirigentes são descolados em não cumprir acordos.

Pobre do pobre torcedor...esse só vai voltar a frequentar estádio em dia de visita ao público. Isso senão resolverem cobrar e muito tb!!